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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

poema ressurreto

Eu já sei do meu tamanho menino,
é gigante
Daqui, de onde te vejo,
Você é mosca
Rondando minha carne, achando que é onça.
E vamos falar de tamanho então
Do teu,
Parece mar, poça d’água.
Ganhei olhos de calma.  Córneas de razão. Retina de consciência.
E essa tua aparente grandeza
Já não me engano

É pequeneza esperneada 

terça-feira, 18 de outubro de 2016

poema suicida

Meu corpo que é mar cristalino aos homens maus
Troveja quando você passa.
Eu sei,
Menino,
Vai por fogo na minha alma
Destruir cada pedaço da minha carne
Vomitar pelas latas de lixo lotadas do centro da cidade, cada gota do meu sangue,
Vai beber meus olhos salgados, servidos gratuitamente em bandejas de sarjeta,
Arrancar meu sorriso com as laminas enferrujadas do teu leite
Serrar meus abraços
Comer em baldes meus perdoes
Secar minha saliva no tapa
Diluir minha coragem na sua própria urina
Mas
Não se engane rapaz
Eu sei quem sou,
Discípula do suicídio
me atiro,
presa em cordas de desejar
no meio do céu da tua boca.