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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

licença poética


Que a boca não tenha tocado, nem os dedos, nem as coxas. Que os olhos não tenham se enroscado, nem o pescoço, nem as mão. Que os corpos tenham mantido distancia, assim como as caricias. Que as palavras não tenham sido pronunciadas.
 Pouco importa a consumação. Se o pensamento o fez. 

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

comigo morreu


A menina do 61 tinha certeza que não dividiria seus dias com mais ninguém, alias, nem conseguia e até achava bom. Já havia se acostumado com a solidão e era reciproco. Agradecia os dias em que o sol beijava seu rosto e era suficiente. De noite olhava a lua e a admirava, era só e brilhava sem esforço.


      Um dia uma carta passou por de baixo da porta, interrompendo sua solidão diária. No dia seguinte, a mesma coisa e assim os dias seguiram até ela achar que todo dia era dia de carta. Os papeis lhe faziam companhia e ela foi se acostumando com a presença daqueles envelopes regados a meninices.

Mas um domingo a carta não veio. Mas na segunda veio e ela se sentiu melhor.
No outro domingo a carta não veio, nem na segunda, só chegou terça...
 Depois, nem domingo nem segunda nem terça...
E a cada semana perdia-se mais um dia de carta. Até que não vieram mais.
Se ela chorou ou não com isso, pouco importa, o que interessa mesmo é saber que hoje a menina do 61 sabe que a vida é uma sucessão de solidões interrompidas.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

color me pink

Meu primeiro ensaio de fotos como fotografa e maquiadora. Obrigada a minha modelo Carol Reis, por aguentar as formigas. hahah

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

samba que é samba, alguém batuca na mesa

Meu amor me trouxe palavras de amor embrulhadas em papel de pão. Palavras de se fazer lamber os beiços. Naquele pedaço de embrulho barato, o amor posicionou as letrinhas de tal maneira, que olhando de longe até parecia meu poema preferido. Bendito são os pães que alimentam; corpo, mente e espirito. Amém.