DIÁRIO DE UMA AMANTE SEM AMADOR
E ela queria porque queria se apaixonar...
Mas porque tal desejo? Se por onde caminha não vê alguém que se encaixe no espaço vago em seu coração. O certo era esperar...esperar, esperar, esperar pra ver se alguém, algum dia fosse torto o suficiente pra caber lá e certo o bastante pra fazê-la feliz (ou paciente o bastante pra suportá-la).
Conhecia o amor por ouvir falar, sentir que é bom nunca passou perto, ou se por um acaso passou, desviou o olho, mudou de calçada e não quis se apresentar, de forma que fisionomia, etnia, nacionalidade e parentesco são completamente desconhecidos.
E ela insiste, uma eterna apaixonada que não tem com quem dividir tal sentimento, nem em pensamentos...
Sabia que todo apaixonado vivia por cantarolar, mas isso já fazia, sabia que todo apaixonado era ansioso, mas isso ela era por natureza, sabia que todo apaixonado vivia a suspirar, isso era sua rotina, sabia que todo apaixonado agia por impulso, essa era sua maior sina, sabia que todo apaixonado pensava com o coração e essa era sua maior e mais marcante qualidade, então, como podia ela ter todos os sintomas e não ser portadora desse mal?
Concluiu então, que concluiria seu pensamento mais tarde, quando tivesse fatos o suficiente para pra concluir algo e chegar a uma conclusão coerente dento da incoerência do que já havia concluído antes.