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terça-feira, 19 de abril de 2011

Primeira noite de lua cheia.

"Achou a lua enorme e pensou em compará-la a alguma coisa, mas desistiu: parecia lua mesmo, talvez nunca parecesse tão lua quanto naquela noite."

(ciranda de pedra)

domingo, 17 de abril de 2011

Mais um diretamente do túnel do tempo dos meus 15 anos.

DIÁRIO DE UMA AMANTE SEM AMADOR

E ela queria porque queria se apaixonar...
Mas porque tal desejo? Se por onde caminha não vê alguém que se encaixe no espaço vago em seu coração. O certo era esperar...esperar, esperar, esperar pra ver se alguém, algum dia fosse torto o suficiente pra caber lá e certo o bastante pra fazê-la feliz (ou paciente o bastante pra suportá-la).
Conhecia o amor por ouvir falar, sentir que é bom nunca passou perto, ou se por um acaso passou, desviou o olho, mudou de calçada e não quis se apresentar, de forma que fisionomia, etnia, nacionalidade e parentesco são completamente desconhecidos.
E ela insiste, uma eterna apaixonada que não tem com quem dividir tal sentimento, nem em pensamentos...
Sabia que todo apaixonado vivia por cantarolar, mas isso já fazia, sabia que todo apaixonado era ansioso, mas isso ela era por natureza, sabia que todo apaixonado vivia a suspirar, isso era sua rotina, sabia que todo apaixonado agia por impulso, essa era sua maior sina, sabia que todo apaixonado pensava com o coração e essa era sua maior e mais marcante qualidade, então, como podia ela ter todos os sintomas e não ser portadora desse mal?
Concluiu então, que concluiria seu pensamento mais tarde, quando tivesse fatos o suficiente para pra concluir algo e chegar a uma conclusão coerente dento da incoerência do que já havia concluído antes.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Prosa sobre a saudade

Tinha a barba grisalha, mãos grandes e um nariz engraçado que o dava fisionomia de boa gente... Era alto e esguio, talvez meio desengonçado, mas essa estranheza certamente vinha com um charme escondido.
Era o homem mais doce do bairro...
Sentava-se em sua cadeira, tirava do bolso e pousava sobre o peito o que deveria ser uma carteira comum, exceto pelo fato de que ao invés de dinheiro e cartões, só enxergavam-se milhares de papeizinhos prensados um atrás do outro. Olhando por cima dos óculos que estavam apoiados no meio do nariz engraçado, fitava aqueles pequenos papeis e, com seus dedos magros e ágeis apesar da idade, passava aquelas teias de fibras uma por uma diversas e diversas vezes durante horas e horas à procura de algo que acho que nunca encontrou.
Era o homem mais doce do mundo...
Estava sempre com calça e camisa social, tinha um suspensório e uma caneta escondida no bolso. Minto. Não era só a caneta, ele sempre tinha algo escondido no bolso, não sei como fazia, mas sempre fazia e, quando eu era menina e tinha lagrimas nos olhos ele tirava um papel do bolso mágico e dizia:
- Olha menina, esta aqui uma pequena lista de coisas que mostram porque você é especial.
Ele era o homem mais doce na minha vida...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Mais cedo ou mais tarde, a verdade aparece.

Aqui paga-se pelo ar que se respira, os grãos que se come e os sonhos que se deseja. A tarifa é alta e perde-se muito ao menor passo errado. Há muitas esquinas pra se dobrar, poucas delas tem saída e a gasolina meu irmão, aumenta a cada dia. Tudo tem um seu preço nessa vida, e geralmente não é barato.
Dizem que aqui se faz e aqui se paga, não sei se é bem assim e eu é que não pago pra ver. Mas um conselho te dou e nesse pode confiar:
Se eu fosse você não me comprava.

domingo, 10 de abril de 2011

Estou sendo sincera com você:

Eu te queria aqui...
Mentira...
Mentira, queria sim.
Queria querer não te querer
Mas quero.
Isso é verdade...
Mentira..
Quero te querer
Do contrario você já não seria mais querido
Ou não...
A verdade mesmo é que eu queria que você não fosse você
Sendo você mesmo
Mentira...
Verdade
Que é mentira
Ou não...
Na verdade pouco importa se é verdade ou mentira...
Você não quer...
Não é verdade?

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Dessas coisas que fazem sentido nos sonhos

Ele tirava fotos e dizia que era pra salvar o mundo. ela o amava e era fácil.
Ele ficava com o mundo que criava e ela com o que queria do mundo que ele escolheu.
Eles moravam nas fotos compostas por ele. Era suficiente e fácil.
Posava-se sempre que preciso e logo havia ali infinitas coleções de belas misturas que fazem bem aos olhos e aos poros. No mundo que ele dominava ela era dominante e pra ela era fácil viver no mundo dele que era dela.
Mas um dia a maquina quebrou. Ai... ferrou.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Da menina que passa

A maioria deles nem estavam mais ali, ou estavam e ela é quem não se dava conta? Bem, é provável que seja a segunda opção. Mas no corpo que ela achou que havia deixado habitar, parecia que não continham. Triste é um ser que não reconhece de onde veio e esta sempre a se perguntar “Pra onde vou? Pra onde vou?” Segue displicentemente pelo caminho deixando pra trás todo o “emfrente” do próximo passo. Pobre garota burra, se tivesse me escutado saberia que quem não sabe por onde passou, pode estar é andando em círculos.