Triste acabar assim, sem uma ultima dança, sem nossa musica
tocando ao fundo, num clichê tipico de nós dois... já, que não teve dança,
musica nem clichê, vou inventar um, pra que a data não se passe em branco.
Um menino sentado num café qualquer, lendo um livro qualquer
espera uma menina qualquer que um dia já foi importante.
Ela chega, os dois se olham na expectativa que sentir aquele
calor de antigamente. Nada acontece. Então um sorriso quase natural invade os lábios
de ambos, repare que eu disse lábios e não alma.
-Caramba, quanto tempo!
- Quanto tempo, que saudade
- muita saudade.
Eles se olham, agora mais de perto. Tentando disfarçar a
estranheza dos corpos. Existe nele algo de familiar, assim como nela algo irreconhecível.
É o tempo, a distancia, as experiências não compartilhadas.
-caramba que saudade
Não era bem isso que eles quiseram dizer, a repetição da informação
de que se esta com saudade na verdade foi uma forma de preencher o silencio e dizer,
“Meu Deus, eu não sei nada da sua vida e talvez eu nem me interesse por ela”.
- Pois é, faz tempo! Me conta tudo...
- Caramba, tem muita coisa
- mas você ta bem?
- to e você?
- também...
-Que bom...
Alguém cria coragem e admite.
- você esta muito diferente.
- voce também...
Eles percebem que não tem mais nada, só uma história. Mesmo
que linda, virou história..
A musica deles toca.
Ela ri com ternura. Ele sorri de volta. o passado se fez
presente por alguns minutos, o tempo lhes concedeu uma ultima dança, o mundo
deveria parar, mas não para.
- como eu te amei
- como foi bom te amar
A musica acaba, os motivos se acabam, eles se despedem...
Ela sussurra – seja feliz.
Espero que goste desse nosso fim. Sei que ele não da conta
do nosso amor, nem da nossa indiferença. Mas eu precisava concretiza-los.
Adeus, boa sorte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário