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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Mãe, como eu faço pra ser um grande artista? Faça alguma coisa que ninguém vá assistir, meu filho.



Penso que ser artista nessa vida não é fácil. Apenas e simplesmente pelo fato escolher assim. Vejo o quanto é frágil e aparente, o status da classe.
O que é contemporâneo?
A extravagância do menos. Quanto menos publico você tiver, mais genial é sua obra. Quanto menor a demanda de interesse há pela sua proposta, mais glorificado por mim mesmo eu serei, já que eu me julgo bom de mais para ser compreendido. Ganho assim o privilégio de reclamar: da burrice do publico, da falta de interesse das massas e da cultura pop.
Não digo sim a espetacularizaçao das artes, Muito menos compro a idéia de que só porque muita gente vai assistir é bom.
Mas tome cuidado você, Oh artista! Que não ouve o que espetáculos com grandes públicos tem a dizer, somente por essa característica.
Reclamam da falta de espectadores, mas gostam disso. Se uma legião de pessoas quisesse assistir o seu trabalho, ele seria classificado como “comercial”. E sua genialidade estaria comprometida.

Parem de ser egoístas e isolar a sua arte. Parem de tirar a glória de uma boa obra que de alguma maneira deu certo e tem publico. Parem de tirar o peso da obra como algo comunicador só porque existem mais de 100 pessoas a serem comunicadas em um recinto.

Um comentário:

  1. Ótima crítica construtiva!
    (Escrevi um texto enorme e no final só a primeira frase se fez necessária! Haha. Estranho quando isso acontece.)

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